segunda-feira, 5 de maio de 2014

Tumba de Cães: choca, mas faz pensar


110 minutos de tensão. Quando eu falo tensão, estou falando de uma tensão reflexiva e não de um suspense comercial tão presente nos cinemas da vida. Tensão da cena, tensão da história, tensão do fato, tensão do relato, tensão dos artistas, tensão da luz, tensão do cenário, tensão da interpretação, tensão da direção, tensão da sonoplastia, tensão e atenção da plateia. Tumba de Cães é uma peça pra mexer com a estrutura humana do ser, pra tirar o sujeito do lugar que ele julga conveniente e lançá-lo no meio de uma história de conflitos e misérias que somos e estamos propensos. Não é diversão, é pura reflexão. Reflexão guiada. É espetáculo para lidar com a enciclopédia pessoal de todos aqueles que ocupam as inúmeras cadeiras do teatro. Pra lidar, pra mexer, pra remexer, pra alterar, pra transformar...


As relações estabelecidas no palco, por atores e personagens problematizam a essência e as fraquezas de uma sociedade (aqui também pode ser entendido como o individual, o pessoal, eu, você, ele, ela...) sob um ponto de vista histórico e contemporâneo, onde tudo é tudo, nada é nada, tudo é nada e nada é tudo. Não estou enlouquecendo e nem não sabendo o que dizer, estou apenas não contando o que você pode ver, dialogar, sensibilizar, aprender, trocar, ignorar, compreender, ser, etc, etc, etc. Não importa o que a peça/texto/montagem diga a mim ou a você, mas importa que haja um compartilhamento do espetáculo e do teatro entre atores, produtores e receptores e tomara, uma interação entre os envolvidos. A mim, cabe apenas dizer que vi, li e vivi, e isso já é mais que suficiente para me provocar a provocar.
Eu acreditaria em mim e não perderia!!!

Local: Teatro Lala Schneider

Direção: Marino Jr.
Autoria: Letizia Russo.
Tradução: Rachel Brumana.
Elenco: Cristóvão de Oliveira, Simone Klein, Andressa Medeiros, Fernando Bachstein, Jader Alves, Pedro Henrique e Daniel Marcondes.
Cenografia e iluminação: João Luiz Fiani.
Figurino: Christine Conde.
Trilha sonora original: Thiago Lima.
Fotos: Ana Chris. 

Temporada: até 11 de maio.
Horários: quintas – 21h; sextas e sábados – 20h; domingos – 19h
Ingressos: R$ 20,00 e R$ 10,00
www.teatrolala.com.br/tumbadecaes


segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Mateus Bueno: um aluno, a escola e o teatro.


Escola. Professor. Aluno. Teatro. Ensino. Aprendizagem. 

As palavras acima citadas são capazes de originar uma tese, já que os significados são compostos de muitas informações, conhecimentos, dúvidas, reflexões e possibilidades de relações. 

Não vou discutir nenhuma teoria e nenhum trabalho de alta complexidade, fiquem tranquilos. Quero apenas mostrar como alguns "movimentos" pedagógicos podem fomentar a vontade de aprender e o interesse por novas áreas (nesse caso o teatro), contribuindo para que crianças ou adolescentes tenham maior envolvimento com o ambiente escolar. 

Aprendizado, interesse, informações e exercícios não fazem mal a ninguém!!!

Na TV Paulo Freire, uma TV focada na educação pública paranaense, pude conhecer alguns exemplos de como essa intervenção pedagógica com o teatro pode fomentar a vontade de aprender. Vale a pena ver a história do aluno Mateus Bueno, do CE Walde Rosi Galvão, no município de Pinhais/PR, mostrando como ele conheceu e envolveu-se com o teatro.

Acompanhem o programa "Recreio com História - Mateus Bueno".


A dinâmica do teatro e as possibilidades de diferentes atuações no processo de produção de uma peça, levou o aluno Mateus a conhecer novas áreas, como a iluminação e a sonoplastia.

São novos conhecimentos agregados. São experiências relatadas pelo próprio aluno. São vivências dentro e fora da escola. São exercícios de vida e de cidadania. São fazeres didáticos. Viva o teatro!!!