quinta-feira, 18 de abril de 2013

No meio da rotina: sinais



Texto Colaborativo

Horário de verão. Saí de casa muito cedo, e já estava próximo a Universidade, quando, de repente, me deparei com a mais surpreendente cena: uma moça, descalça, toda suja e despenteada, andando sem rumo pelo acostamento. A princípio imaginei que fosse alguma desconhecida, mas ao aproximar-me percebi que era uma ex-aluna minha, de quando trabalhava em um colégio no interior da cidade. Parei o carro perto dela, desci e a chamei pelo seu nome: Aline. Ela me olhou, com os olhos inchados de tanto chorar e me abraçou. Ela entrou no carro e começou a contar que na noite anterior foi ao cinema no Shopping Estação para assistir um filme de terror e ficou tão assustada que ao sair da sala de exibição foi até ao estacionamento do shopping e não conseguia localizar seu automóvel para retornar para sua casa, então, ela caminhou por vários andares do estacionamento até encontrar seu carro. Então, saiu dirigindo pela cidade para encontrar uma amiga que já tinha assistido o mesmo filme que ela acabara de assistir. Porém, de tão transtornada e alucinada pelo filme, a menina rodou a noite toda pela cidade até acabar o combustível do seu carro. Quando Aline se deu conta já estava na região metropolitana de Curitiba, já era de manhã e ela nem tinha mais lembrado de encontrar a amiga. Eu fiquei apavorado com a história e pensei: será possível que isso tenha acontecido? Deixei-a em sua casa e segui para o meu trabalho. Durante o dia todo não consegui pensar em outra coisa. Sempre me vinha a lembrança de Aline. Não podia me concentrar em mais nada...não via a hora de chegar ao fim do expediente... Olhava para o relógio no fundo da sala minuto a minuto. Deu 18 horas. Peguei o carro e segui até o shopping Muller, mais próximo ao meu trabalho. Queria ver o filme. A fila da bilheteria estava muito grande. Enquanto a fila se encaminhava, pude perceber que saiam pessoas que tinham assistido o mesmo filme, e todos pareciam com os olhos esbugalhados e num transe anormal. Seguiam como zumbis com o olhar perdido. Fiquei imaginando o que acontecia durante a exibição do filme, o porquê das pessoas estarem daquela forma. Enfim comprei meu bilhete e sentei na poltrona para ver o filme, foi ai que acordei todo suado e percebi que tudo não passou de um sonho. Fiquei aliviado. Corri para o banho. Precisava sair. Eu havia combinado com uma amiga de ir justamente ao cinema pra ver uma comédia brasileira que acabara de entrar em cartaz. Uma hora depois eu saí de casa, e meia hora depois eu estava entrando pela porta secundária do Shopping Crystal. Era um sábado, e precisávamos correr para retirar o ingresso gratuito do clube do professor. Naquele momento, pensei: entendi o pesadelo.

Autores: Andréia Kruk, Cícero Luis, Eguimara Branco, Fernanda da Costa, Simone Baroni e Tatiane Saffnauer.

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